Por: Daiany Martins, Any Vasquez
O Brasil é um dos maiores produtores de algodão no mundo, integrando o seleto grupo responsável por 74% do total da fibra consumida no planeta (Safra 2019/2020; fonte: Caderno Setorial Etene). São milhares de hectares cultivados com a mais alta tecnologia e abastecendo a indústria têxtil global.
Com esse cenário fica até difícil imaginar o funcionamento das colheitas de algodão orgânico brasileiro retiradas planta a planta por mãos sertanejas, no interior da Paraíba. Ali, a tradição da colheita manual é passada de geração em geração, nos cuidados, nos riscos e na batalha diária das famílias nos assentamentos rurais.
Ao andar pelos campos, é possível ouvir histórias por todos os cantos que nos contam a importância da produção para as famílias e para a economia da região – de trabalho, lutas e vitórias, sempre carregadas de muita paixão e orgulho.
Ao apoiar a produção de algodão orgânico brasileiro, queremos enaltecer e mostrar o valor do trabalho dos agricultores do nordeste que lutam pelo plantio e colheita de uma safra limpa, sem agrotóxicos, colhida à mão. Mãos calejadas, de gente humilde, mas que sabe o valor e a beleza dos campos brancos de algodão.
O trabalho das cooperativas que viabilizam a comercialização das plumas orgânicas brasileiras vem aumentando ano após ano com a visibilidade que as matérias primas sustentáveis alcançam, mesmo assim o número de agricultores de plumas orgânicas ainda é muito pequeno no país. Eram 308 produtores de acordo com os dados do Relatório do Mercado de Algodão Orgânico de 2018.
A Linha Organo, lançada pela Cataguases em Novembro de 2021, vem como mais uma fase da parceria com a malharia catarinense Dalila Têxtil, que por sua vez lançou a Organic Brasil.
“As linhas foram lançadas na coleção de verão 23 das duas empresas. As mesmas já criaram materiais compartilhados, mostrando a realidade do plantio a fabricação dos tecidos. A representatividade dessas linhas em nosso portfólio é muito maior do que os números de produção em si.” afirma André Klein, diretor da Dalila Têxtil. A parceria contou inicialmente com a aquisição de 11.500 kg de algodão orgânico dividido entre as empresas.
“Na verdade, nosso foco enquanto tecelagens importantes na indústria têxtil nacional é fomentar o uso e consumo dessa matéria prima, até para que haja possibilidade de crescimento dessas produções de algodão orgânico. Assim, ao adquirir essas produções, nós buscamos parceiros como magazines e marcas já estabelecidas e influentes no mercado para colocar em prática o uso em fácil acesso do orgânico brasileiro.” comenta Tiago Peixoto, diretor presidente da Cataguases.
A quantidade da colheita ainda é pequena, porém crescente, neste momento as duas empresas estão beneficiando uma segunda aquisição de cerca de 50 toneladas de algodão e a expectativa é atingir 500 toneladas nos próximos cinco anos, o que representará de 5 a 10% da produção de Cataguases e Dalila.
Colaboração com propósito
A busca por este propósito de fomento do algodão orgânico brasileiro partiu das duas empresas, Cataguases e Dalila, vislumbrada na demanda crescente das marcas de moda pelo algodão orgânico.
O Brasil exporta 70% do algodão que produz no cultivo tradicional, porém no algodão orgânico, até o momento atual era necessário importar da Ásia a fibra, pois o cultivo no Brasil é muito pequeno. Para desenvolver esta cadeia e facilitar o acesso com os produtores, fizemos parceria com apoiadores locais que já comercializavam em escala artesanal, explica André Klein.
“Nós enquanto parceiras, compramos atualmente 80% da produção desses micro produtores, o que resulta em um grande montante para eles e gera um impacto muito positivo na economia da região.
“A Cataguases, enquanto empresa verticalizada, fia o algodão orgânico para ambas as empresas e distribui: parte fica em Cataguases e segue para tecelagem própria e parte vai para a Dalila, em Jaraguá do Sul. Assim, cada parceira segue com sua produção e comercialização de maneira independente.” ressalta Tiago.
Ambas as empresas planejam expansão das linhas sustentáveis, para isso existe um plano de investimento em capacitação e tecnologia para a região.
Nossa intenção é investir em capacitação, aprimorar a lavoura para conseguir produtividade maior nas produções e alcançar com eles as certificações reconhecidas internacionalmente para rastreio e controle da qualidade de tais produtos, afirma Tiago.

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